Lembranças... Banda Lacri

Após o ano de 1994 minhas atividades profissionais foram se tornando mais intensas e por ter deixado a Igreja Presbiteriana Independente, comecei a freqüentar Igrejas de outras denominações, tais como: Batista Nacional, Metodista e Metodista Wesleyana.
Minhas irmãs, Lili e Nice já estavam reunindo em uma dessas Igrejas, na Metodista do Bairro Santa Ria. Minhas visitas já se tornavam constantes e foi em uma das visitas que em contato com o Edeido, hoje meu cunhado, tivemos a oportunidade de tocarmos e cantarmos juntos e pensamos em criar um grupo. Conheci então um rapaz que tinha problemas visuais em razão de uma acidente sofrido em um jogo de Futsal, o Paulinho e por incrível que pareça ele era baterista e dos bons. Ele era muito técnico e ainda dava aulas, mesmo não enxergando. Começamos a nos conhecer e ele teve a idéia de iniciarmos uma Banda. Tínhamos o Baterista(O Paulinho), o guitarrista (eu), contrabaixista (Edeildo), faltando-nos ainda vocais e teclado. Convidamos meu amigo Emerson, excelente tecladista para entrar conosco nessa empreitada e ele logo “Topou”. Para ajudar nos vocais tínhamos a participação muitíssimo especial de minha irmã Nice, que além de fazer Back-vocal, fazia alguns solos e o Fábio que esteve pouco tempo conosco.
Tínhamos a Banda, tínhamos os integrantes e nosso repertório seguia de “Rebanhão”, Resgate, Aline Barros, Novo Som e Catedral (algumas músicas do KIM). Faltava apenas o nome... O Paulinho, muito inteligente pensou e sugeriu o nome Louvando e Anunciando a Cristo. Achamos legal, mas, pensamos que estava muito grande para se pronunciar e foi aí que surgiu a idéia de criar o nome LACRI, que é justamente o nome pensado. Foi um tempo muito bom. Nunca me esquecerei dos ensaios, das baquetas do Paulinho voando quando alguém errava alguma coisa, das palavras que ele dizia sempre me motivando: “O Bell é o melhor guitarrista de Valadares!”... Poxa, ainda bem que ele não enxergava. Fizemos até uniforme, ou melhor, uma camisa, mas, a experiência não foi muito animadora. Foi assim: A idéia surgiu com o Paulinho e como disse anteriormente ele não enxergava e foi justamente ele que passou para uma malharia onde o Edeildo trabalhava a idéia da arte para “Silkar” na camisa... Precisavam ver. Acho que tenho até hoje. Em algum lugar. Lembro das palavras do Paulo quando vimos a camisa: “Ficou Massa, eu falei para o cara da malharia que queria tipo Jesus saindo de uma Rocha, rompendo o lacre...” Na verdade a camisa ficou parecendo uma devoção a algum “santo”... parecia um São alguma coisa, de braços abertos e a pedra rompendo era o Pico da Ibituruna. Muito engraçado, mas, como a idéia foi de alguém que se quer enxergava... ainda usamos em algumas apresentações. Participamos de muitos eventos na Igreja Metodista, Batista, viajamos para a cidade de Itabirinha e foi muito bom aquele tempo que o Senhor nos ofertou. Agradeço a Deus por ter conhecido essa turma abençoada e nossa amizade ainda temos até hoje.
O grupo foi se desfazendo com o passar dos anos e acabou. Nos restou saudades.
Ah! O nome LACRI foi “Copiado” por uma Igreja Batista (Nova Aliança)do Conjunto SIR e passou a ser o nome de uma programação dos jovens que até hoje acontece (a pedido de nosso irmão Cabo Wendel Magno).